O Bahrein e a Líbia mantiveram a violenta repressão aos protestos. Em Manama as forças de seguranças receberam ordens de continuar atirando com munição real contra os manifestantes enquanto em Benghazi e outras cidades líbias o Exército foi enviado às ruas.
A onda de distúrbios no mundo árabe --e o temor de que ela se espalhe para a Arábia Saudita, maior exportador mundial de petróleo-- levou na quinta-feira o petróleo tipo Brent à sua maior cotação em 28 meses, US$ 104 por barril. Na sexta-feira, ele era cotado a pouco mais de US$ 102 em Londres.
Dando sinais de que deve se espalhar por países além do Oriente Médio e norte da África, a onda de revoltas chegou ao oeste do continente africano, no Senegal, e ao chifre da África, no Djibuti.
BAHREIN
Soldados abriram fogo contra milhares de manifestantes que desafiaram a proibição do governo e se aglomeraram na praça Pérola, no centro de Manama, nesta sexta-feira, ferindo ao menos 50 pessoas.
De acordo com funcionários do hospital Salmaniya, vários dos pacientes atendidos apresentavam ferimentos de armas de fogo.
"Isto é uma guerra", disse o médico Bassem Deif, cirurgião que examinou várias vítimas que chegaram ao local.
O novo incidente acontece um dia depois de a polícia ter retirado à força um acampamento de protesto na capital.
AP | ||
Manifestante não-identificado é carregado após ser ferido no Bahrein; Exército atirou contra manifestantes |
"Nós achamos que foi o Exército", disse o parlamentar Sayed Hadi, do Wefaq, o principal partido xiita, que renunciou ao Parlamento ontem. Outro integrante do Wefaq, Jalal Firooz, disse que os manifestantes estavam nas ruas em protesto contra a morte de um deles nas ruas ontem, quando a polícia lançou gás lacrimogêneo.
Milhares de pessoas que foram às ruas do Bahrein para o funeral dos mortos durante uma operação de forças de segurança contra a praça que manifestantes pró-reformas estavam acampados pediram, pela primeira vez desde o início da onda de protestos no país, o fim da dinastia sunita que governa o país há mais de 40 anos.
LÍBIA
Após três dias de protestos e relatos de até 50 mortos nos confrontos entre manifestantes e forças de segurança, a Líbia enviou o Exército às ruas e reconheceu apenas 14 vítimas, enquanto as Nações Unidas e o presidente dos EUA, Barack Obama, condenaram o uso excessivo de violência na repressão às manifestações. Ainda na quinta-feira, relatos de ativistas e sites de oposição indicaram ao menos 20 mortos no país.
AFP | ||
Imagem de vídeo mostra supostos manifestantes antirregime destruindo um monumento de Gaddafi em Tobruk |
O jornal "Quryna", de propriedade de Saif al Islam, um dos filhos do ditador líbio Muammar Gaddafi, que está há 42 anos no poder, admitiu nesta sexta-feira que as forças de segurança usaram munição real contra os manifestantes em Benghazi, segunda cidade do país, e que 14 morreram.
IÊMEN
Multidões rivais ocuparam as ruas da capital do Iêmen, Sanaa, e de duas outras cidades do país, demonstrando a força do ditador Ali Abdullah Saleh e dos manifestantes que exigem o fim dos seus 32 anos no poder.
No maior protesto antigoverno, dezenas de milhares de pessoas ocuparam a praça Hurriya (Liberdade) em Taiz, cerca de 200 quilômetros ao sul de Sanaa. Dois manifestantes morreram e 27 ficaram feridos na explosão de uma granada durante os protestos na cidade, ao sul de Sanaa, informaram fontes médicas.
A granada foi lançada contra pessoas que acampavam pelo sétimo dia consecutivo para reclamar a saída de Saleh em uma praça de Taez rebatizada praça de Liberdade, como a que foi centro da revolta contra o regime egípcio.
"Abaixo o ditador, abaixo a opressão!", gritavam os manifestantes acampados durante dias na praça Liberdade. Cerca de 10 mil partidários de Saleh também saíram às ruas da cidade. "Sim à união e à estabilidade, não ao caos e à sabotagem", gritavam os apoiadores.
DJIBUTI
Mais de 6.000 foram às ruas em protestos contra o presidente Ismail Omar Guelleh, no poder desde 1999, e cuja família comanda o país há mais de três décadas.
Os manifestantes, que temem que o líder consiga chegar ao terceiro mandato nas eleições presidenciais de abril, foram reprimidos pelas forças de segurança com bombas de gás lacrimogêneo e cassetetes.
No ano passado, Guelleh alterou o artigo da Constituição que limitava a dois o número de mandatos seguidos na Presidência do país.
O Djibouti é um país-cidade, assim como a Cingapura. A pequena nação não conta com a presença de jornalistas estrangeiros e abriga escritórios de poucas organizações internacionais.
SENEGAL
Os protestos chegaram nesta sexta-feira ao Senegal, país do oeste da África localizado na região sub-saariana, quando um homem ateou fogo ao próprio corpo em frente ao palácio presidencial na capital Dacar.
Testemunhas relataram que o homem segurava um documento em suas mãos e que caiu após as chamas tomarem conta de seu corpo, antes de ser levado a um hospital.
Uma emissora de rádio comercial diz que o homem era um soldado e que estava usando seu uniforme durante a tentativa de autoimolação.
O Senegal é um país muçulmano considerado moderado e supostamente democrático, embora esteja imerso numa das piores crises energéticas das últimas décadas. O custo de vida também subiu absurdamente nos últimos anos.
O país é governado pelo presidente Abdoulaye Wade desde 2000, que busca um terceiro mandato e também parece querer emplacar o filho numa linha sucessória.
Um telegrama diplomático dos EUA divulgado pelo WikiLeaks diz que os dois aparentemente "preparam o caminho para uma sucessão presidencial dinástica".
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fonte :folha uol
nota: protestos,mortes,guerras etc... jesus está voltando!
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